Conheça Luiz Esparrachiari, oficineiro do III FESQUIFF
13/06/2014 11:08
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Nos dias 02 e 03 de agosto acontecerão no IFF Campos-Centro as oficinas do III Fesquiff. O Luiz Esparrachiari irá ministrar a oficina de Dramaturgia do ator: processos de criação
operado no e pelo o ator. Confira abaixo a entrevista que ele nos concedeu:
1 – Qual a sua motivação para participar do III FESQUIFF?
Nós somos novos na cena teatral de Campos. Esse é o principal motivo. Queremos
fazer parte dessa cena e contribuir para a produção cultural da cidade, mas mais que participar
das discussões políticas, queremos vivenciar um ambiente harmônico de discussão estética. A
proposta de oficina do TUFF busca esse espaço de fomento criado pelo FESQUIFF, no qual o
ator também é plateia e pode romper com a tradicional visão que lugar de ator é somente no
palco.
2 – Como você avalia a relação do ator com o mercado de trabalho e a sua formação no
Brasil de hoje?
Acredito que a relação entre formação do artista e mercado de trabalho ainda trará
bons frutos. No Brasil ocorreu uma expansão do ensino superior em artes, especialmente para
arte-educação em teatro, dança, música e artes visuais, porém esses cursos ainda estão
concentrados nos grandes centros urbanos e não são contemplados com vigor no processo do
REUNI que expande os cursos universitários para o interior do país. Então a tarefa de expandir
o ensino de arte e de transmitir conhecimentos estéticos de gerações de famílias e de grupos
artísticos fica a cargo de um setor cultural privado, sucateado por décadas. Esse processo
impede uma democratização do ensino de arte, não considera os reais agentes culturais,
privatiza a arte e lhe dá um patrão, a LINC – Leis de Incentivo à Cultura. Para muitos, viver de
teatro é viver de LINC, mas para se ter uma renda digna é preciso produzir mais e mais até que
esquecemos realmente o que estamos fazendo.
3 – O que despertou seu interesse em desenvolver um trabalho de formação de teatro na
UFF Campos?
Não consegui ficar longe do teatro. Nem tentei ficar longe. É algo que te atrai, não sei
dizer, mas quando percebe já está no meio de uma produção e o trabalho tem que continuar.
Eu ingressei na UFF para cursar Economia e as leituras que fiz ao longo do curso me
estimularam a formar o grupo. Os alunos das áreas sociais contribuem de modo peculiar para
a pesquisa cênica e questionam a função do teatro na sociedade. Isso forma uma engrenagem
com diferentes peças, diferentes cabeças que pensam o teatro como um todo na sociedade,
não isoladamente.
4 – Como instrutor de artes e ofícios da secretaria de família e assistência de Campos dos
Goytacazes, que opção você destacaria como principal?
Na Secretaria da Família sou responsável pela elaboração de parceiras com instituições
públicas e privadas para a promoção de atividades socioculturais que beneficiem os usuários
do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. São crianças, adolescentes e idosos
em situação de vulnerabilidade social e que vivenciam nos grupos atividades que estimulem o
convívio social e os laços de amizade e família, por isso as atividades como teatro e dança
sênior não têm o objetivo específico de formação, isso é quase um efeito colateral. Cada grupo
específico demanda uma particularidade, geralmente são oferecidas às crianças atividades
lúdicas para o desenvolvimento simbólico que ressignifique o sentido de amizade, família e
comunidade. Para os adolescentes buscamos atividades artísticas, esportivas e
profissionalizantes e para os grupos de idosos, as atividades têm a finalidade de estimular a
convivência, promover o autocuidado, conscientizar sobre os seus direitos e outros. O teatro
está presente em todos. O teatro permite desenvolver processos pedagógicos para os três
tipos de públicos atendidos pelo Serviço de Convivência, de forma que, respeitando a
demanda de cada um, o teatro é então uma atividade de lazer e mobilizadora para esses
grupos.
O período da inscrições para as oficinas serão de 30 de junho a 20 de julho.